domingo, outubro 28

breves


- O Tribunal absolveu um polícia do crime que vinha acusado - agressão a um seu superior -  durante uma manifestação.O mesmo entendimento não teve a própria polícia que resolveu despedi-lo. Devem ter "juízes" melhores. 

- Segundo o "Sol" Santana Lopes mandou pagar à Bragaparques 3,5 milhões de euros poucos dias de deixar a Presidência da CML. Pelos vistos o pagamento é irregular.Santana mandou pagar já que a Bragaparques alegou que precisava de dinheiro para corromper outros autarcas.

- Enquanto isto, o Arquivo Histórico de Lisboa está fechado há cinco anos por insalubridade.

- A Assembleia Legislativa da Madeira tem há oito meses pedidos de levantamento de imunidade parlamentar de Deputados e membros do Governo Regional todos do PSD por suspeita de vários crimes, incluindo o de corrupção. 
Apesar da urgência do pedido, a Assembleia ainda não teve tempo para agendar este tema, não tendo sido por isso os suspeitos ouvidos.
Aos que acusam Jardim de não colaborar com os tribunais responde este, com o levantamento da imunidade parlamentar aos deputados do PS por terem proferido "declarações injuriosas" contra o soba da Madeira. 
        
Custa perceber a imunidade parlamentar numa democracia.


sábado, outubro 27

o caos...


que o Governo português causou em Lisboa com a visita de Putin é digno de um País de terceiro mundo

ando...



com vontade de escrever sobre o meu Benfica, mas como está a jogar tão mal ando a adiar.

yes, sir...









o procurador geral da república Pinto Monteiro diz que lhe parece que tem o seu telefone sob escuta.

Esta informação seria grave se Pinto Monteiro não soubesse quem o escuta.

Se não soubesse teria mandado abrir inquérito para saber, como não mandou deve saber.

Deve ser por isso que teve necessidade de vir para os jornais gritar.

Olhem que eu sei que vocês sabem que eu sei

Patético.

sexta-feira, outubro 26

a seara do comendador


O Comendador João Justino adquiriu na década de 80 uma parte da quinta do Pombeiro no Parque Natural da Serra de Sintra.

Na altura em que concorreu à presidência da Câmara Municipal de Sintra em 1989, elevou uns muros na propriedade, e aí começou a guerra com o Ministério do Ambiente e o Ippar.

Foi entretanto eleito Presidente da Câmara de Sintra pelo PSD.

Como a quinta tinha sido classificada pelo Ippar tinha que ter a sua autorização para as obras que o Comendador queria fazer. 
A Câmara aprovou as obras de construção e de ampliação (pois claro) mas o Ippar recusou.
Apesar de vários embargos, a construção continuou e a área triplicou.

Segundo o que o jornal Público de Julho de 2007 em artigo assinado por José António Cerejo, relata, foi rejeitado o último recurso judicial no Supremo Tribunal Administrativo, do ex-autarca de Sintra, João Justino, e assim o Ministério do Ambiente vai mandar demolir a maior parte da mansão construída ilegalmente".

O acórdão do Pleno do Supremo Tribunal Administrativo, de 4 de Julho negou provimento ao segundo recurso, o ultimo possível com que João Justino pretenderia anular o despacho da Secretaria de Estado do Ordenamento, que mandava em 2002 iniciar o processo de demolição da mansão.

O Ministério mandou mas Justino recorreu e o Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra mandou suspender a eficácia do despacho governamental que determinou a demolição de parte da casa ilegalmente construída.

A decisão fundamenta-se, no essencial, no facto de estar pendente na Câmara de Sintra um projecto em que é pedida a legalização das obras e ainda não decidido, (desde 2002) e na opinião do Tribunal não faz sentido demolir antes da Câmara dizer se autoriza ou não.

O Presidente da Câmara, face ao carácter vinculativo do parecer (negativo) dado pelo Parque Natural Sintra Cascais a este pedido, considerou não haver necessidade de uma decisão camarária.

Resumindo, toda a gente acha que a parte da casa ilegal deve ser demolida.
O Ippar o Parque Natural Sintra Cascais a Câmara, o Governo e os Tribunais.
Mas não é demolida porque o Presidente da Câmara acha que não deve decidir um pedido feito em 2002.

E assim o assunto vai perpetuar-se sem que o Comendador tenha que demolir os mais de 1.000m2 que construiu a mais.

Fica assim a pergunta, porque será que o Fernando Seara não se mexe?  
E a resposta foi ele que a deu quando foi convidado para a festa de Natal de 2006 de uma das Empresas do Comendador , disse:

“Fiz questão de estar presente nesta cerimónia em primeiro lugar para saudar V. Ex.ª pelo seu regresso à Galucho”...
“Este ano tem seis milhões de facturação, e daqui por dois anos terá 12 milhões de contos de facturação, porque a sua vontade e a sua fé são indiscutíveis para o desenvolvimento da Galucho. E por isso (dirigindo-se agora aos trabalhadores) queria dizer-vos a todos, vós que fazeis parte desta família da Galucho, que é bom sentir que na liderança da empresa está alguém que, pese embora a sua idade, tem este sentimento: a fábrica foi construída pela família, e em memória da família ele quer continuar a desenvolver a fábrica, quer ter mais trabalhadores, mais produção, mais facturação, mais desenvolvimento para S. João das Lampas e para o concelho de Sintra, e isso obriga-nos a que digamos
Bem-haja Sr. Comendador João Justino”.


Como se vê é tudo uma questão de fé,  vontade, e admiração.
O que o Comendador se deve rir com as nossas instituições democráticas!
E o que este País sofre com estes “comendadores e com estes autarcas”

terça-feira, outubro 23

e vou ouvir...



Boa noite

já agora...




Ostensivo sol não preciso do teu calor - afasta-te!
Tu iluminas só as superfícies, eu penetro as superfícies e as profundidades.

Terra!Terra! pareces buscar algo nas minhas mãos,
Diz, velha poupa, o que é que queres?

Homem ou mulher, podia dizer-te quanto gosto de ti, mas não posso,
Podia dizer-te o que há em mim e em ti, mas não posso,
Podia dizer-te do meu desejo, desse pulsar dos meus dias e das minhas noites.

Ouve: eu não dou conferências nem pequenas caridades,
Quando dou é por inteiro que me dou.

Tu aí, ó impotente, com os joelhos trémulos,
Abre os lábios enrugados para que te dê forças,
Estende as palmas das mãos e abre os bolsos,
Eu não serei recusado, imponho-me, tenho tanto armazenado, tanto para dar,
E ofereço tudo o que tenho.

Não pergunto quem és, para mim isso não é importante,
Não podes fazer nada, não podes ser mais do que aquilo que te dou.

Inclino-me perante quem moureja nos campos de algodão e perante quem
limpa as latrinas,
Na sua face direita deixo um beijo familiar,
E do fundo da minha alma juro que jamais o renegarei.

Nas mulheres que concebem concebo crianças mais robustas e aptas,
(Neste dia lanço a semente de repúblicas muito mais arrogantes).

Àquele que morre acudo à sua porta e rodo a maçaneta,
Atiro os cobertores para os pés da cama,
Despeço o médico e o padre.

Agarro o homem que desfalece e levanto-o com irresistível vontade,
ó desesperado, aqui tens a minha nuca,
Por Deus, não te vás abaixo! apoia-te a mim com todo o peso.

Dilato-te com um sopro tremendo, dou-te alento,
Encho todos os quartos da casa com um exército armado,
Meus amantes, vós que do túmulo me enganam.

Dorme ... eu e eles velaremos toda a noite,
Nem dúvida nem morte ousarão tocar-te com um dedo,
Abracei-te e a partir de agora pertences-me,
E quando pela manhã te levantares verás que é verdade o que te digo.

Walt Whitman
(canto de mim mesmo)
tradução de José Agostinho Baptista

a cor da inteligência


O Prémio Nobel da Medicina em 1962 James Watson, veio há dias, na sua qualidade de cientista, dizer que os negros são menos inteligentes que os brancos.
Esta informação sem nenhuma validade cientifica - como o próprio depois confessou- desencadeou um coro de protestos de cientistas de todo o Mundo, e a suspensão das funções que desempenhava no laboratório de Cold Spring Harbor, um dos mais prestigiados laboratórios de genética do mundo.
O que levou o pobre James a pedir desculpa das afirmações feitas.
Tarde demais, já que esta semana o Museu de Ciência de Londres, que tinha agendada uma palestra com o cientista no âmbito do lançamento do seu novo livro, cancelou o evento devido às declarações, de índole racista. E o Festival de Ideias de Bristol, também no Reino Unido, cancelou o convite de participação que lhe tinha feito.
Depois dos protestos pelas declarações racistas, vêm agora os protestos daqueles que acham que não se podem cancelar convites por se ter ideias racistas.
Como se as organizações democráticas fossem obrigadas a convidar xenófobos e racistas, para dar conferências.
Ou como se o conhecimento das posições racistas de Watson não fosse motivo suficiente para cancelarem o convite.
Depois do que James Watson disse, só lhe faltarão convites se as organizações de extrema direita que defendem as suas ideias não o convidarem.

segunda-feira, outubro 22

para acabar com o jardim


noticía a imprensa que Jardim Gonçalves pagou as dívidas que as empresas do seu filho tinham com o Bcp, e que este, já lhe tinha perdoado.
Esta noticía levanta desde logo três questões.
A primeira, é que se o País não se levantasse contra este escândalo, Jardim não teria pago.
A segunda, é que com o pagamento não alterou nada, do que foi aqui escrito sobre o seu caracter.
A terceira, é que o Banco de Portugal não faz o seu papel.
Falta a demissão.
Não falo mais do Jardim.

sexta-feira, outubro 19

isto sim...


é um grande tratado

há bons e maus tratados


e o assinado hoje em Lisboa é um mau tratado.
Sem discutir a questão do conteúdo, a questão essencial para mim, é que este tratado não tem a legitimidade que um referendo lhe traria.
Se não o queriam fazer não o tinham prometido. E ao contrário do que para aí se diz, um tratado constitucional é exactamente o tipo de questão que deveria ser objecto de referendo, já que o que está em causa é a cedência da soberania e a capacidade de decisão à União Europeia.
O que eu gostaria é que o tratado fosse discutido e em resultado dessa discussão melhorado e em referendo aprovado.
Seria pedir muito?
Não seria assim que se envolveriam os Portugueses na construção europeia? Com eles.

quarta-feira, outubro 17

as palavras


Girar em torno delas,
virá-las pela cauda (guinchem, putas),
chicoteá-las,
dar-lhes açúcar na boca, às renitentes,
inflá-las, globos, furá-las,
chupar-lhes sangue e medula,
secá-las,
capá-las,
cobri-las, galo, galante,
torcer-lhes o gasnete, cozinheiro,
depená-las, touro,
bois, arrastá-las,
fazer, poeta,
fazer com que engulam todas as suas palavras.

Octavio Paz

outra vez jardim


Jardim Gonçalves continua a dizer que não vê nada de estranho, no financiamento que o Bcp fez ao seu filho.
Os Jardins são feitos desta massa nunca se enganam e raramente têm dúvidas.
O interessante seria que algum jornalista fosse à procura das contas das empresas que pediram o crédito, e com facilidade se veria que não há Banco nenhum que financie aquelas empresas.
A não ser que o pai seja o Presidente.
Tanto mais que aqueles montantes, de acordo com os Poderes de Crédito do Bcp, precisam de ser decididos pelo Conselho de Administração.
Este caso, como já se sabe não é único, e valia a pena que o Banco de Portugal fizesse o seu trabalho.
Para ajudar proponho que comecem por estas empresas que fazem parte do curriculum de Jardim Gonçalves.

Presidente do Conselho de Administração das principais subsidiárias do Grupo:
BCP Investimento - Banco Comercial Português de Investimento, S.A.
Banco de Investimento Imobiliário, S.A..
CrédiBanco - Banco de Crédito Pessoal, S.A.
Interbanco, S.A.
Banco Expresso Atlântico, S.A.
Banco Comercial de Macau, S.A.R.L.
Banco ActivoBank (Portugal), S.A.
Leasefactor S.G.P.S.
ServiBanca - Empresa de Prestação de Serviços, A.C.E.
Seguros e Pensões Gere, S.G.P.S., S.A.
BCP Holdings (USA), Inc.

Vice-Presidente de:
Conselho de Administração do NovaBank, S.A.
Supervisory Board da Eureko B.V.
Supervisory Board da Achmea Holding, NV.

Membro do Conselho de Administração das seguintes empresas:
Banca Intesa S.p.A.
Banco de Sabadell, S.A.
Association Achmea, N.V.

Membro do Supervisory Board do Bank Millennium, S.A.
Presidente do Conselho de Administração da Fundação Banco Comercial Português
Vice-Presidente da Direcção da Associação Portuguesa de Bancos (em representação do BCP)

uff...... como querem que o homem saiba dos empréstimo que o filho pede.

terça-feira, outubro 16

segunda-feira, outubro 15

o tratado europeu



O Governo prepara-se para, ao contrário do que nos tinha sido prometido, aprovar a constituição europeia e ratificá-la sem nos perguntar se estamos de acordo. Trocou-se o nome de Constituição para Tratado depois de em 2005 franceses e holandeses a terem rejeitado
Os novos Tratados da Europa comunitária têm de ser aprovados por unanimidade pelos Governos dos Estados membros e depois ratificados por todos Parlamentos nacionais, com ou sem consultas populares .
O PS já nem discute a aprovação por referendo, vai ser o governo a aprovar, e só depois da aprovação se verá se a ratificação será ou não sujeita a referendo.
Mas pelo que estamos a ver não nos vai ser perguntado nada.
Estranha ideia de democracia esta, em que só somos cidadãos para pagar impostos e votar nas eleições.
Em matérias importantes como esta, entende o Governo que os cidadãos não têm nada a dizer.
Na despenalização do aborto achou Socrates que devia perguntar. Nesta matéria sem importância acha que não vale a pena.
Não vá a resposta ser em Francês ou em Holandês.

domingo, outubro 14

as mademoiselles de avignon


As mademoiselles de avignon
foram surpreendidas numa rusga da polícia,
nas imediações do museu

jorge de sousa braga

sábado, outubro 13

é obra...


Foi inaugurada a nova Igreja da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima. A inauguração da igreja insere-se nas comemorações dos 90 anos das aparições de Fátima e representa a abertura da maior igreja em Portugal e a quarta maior no mundo.
A basílica custou 80 milhões de euros, o dobro do previsto pelo Santuário.
Num País com tantas dificuldades é obra.
Para os festejos o Estado contribui com as suas mais altas figuras e empresta a televisão para que toda a gente veja.
Quanto ao desvio orçamental deve ter sido por terem andado distraídos com a discussão contra a revisão do regime da assistência religiosa nos hospitais.
Pelo que se sabe valeu a pena.

só de pensar...


que vou ter que ver outra vez Santana Lopes com aquele seu ar blasé a dizer os maiores disparates como se de coisa séria se tratasse.
E ouvir aqueles seus apoiantes como o inenarrável Gomes da Silva que sempre o acompanha.
Agonio.

o bcp...

perdoou ao filho de Jardim Gonçalves 12 milhões € de dívidas por este contraídas junto do banco que o seu pai fundou.
Quem perdoou este valor astronómico foi Filipe Pinhal, na altura Vice-Presidente e Alípio Dias do Conselho de Administração.
O pai diz que não sabe e o filho diz que nunca foi beneficiado.
Quem intermediou a negociata foi o advogado Alves Mendes que tem escritório com outro dos filho de Jardim Gonçalves.
Lê-se e não se acredita.
A família Jardim anda há décadas a tentar passar uma ideia de gente honrada e séria, mas basta uma notícia destas para ficarmos a saber de que matéria são feitos.
O que dirão os accionistas do maior banco privado português.
Será caso único?

mais inquéritos...


O início de Setembro foi colocado no You Tube um filme em que mostrava imagens de alegadas agressões policiais de cinco homens fardados de PSP a um indivíduo no Parque das Nações.
Só agora, quarenta e cinco dias depois o MAI do ministro Rui Pereira mandou abrir inquérito.
Vão ver que é para arquivar.
Porque a policia não pratica abusos, aplica a lei.

o estado do país


O ministro Rui Pereira mandou arquivar o inquérito à ida da polícia às instalações do sindicato de professores.
Esta é a decisão que se esperava.
Quando instado logo após este abuso de poder foi adiantando que não se podia pronunciar já que nada sabia, mas que tinha pedido a abertura de um inquérito e nada mais tinha a dizer sem a sua conclusão.
Não gosto destes políticos calculistas.
Com estas declarações estavam salvaguardadas as aparências.
Depois na sombra do gabinete chega à conclusão que nada de estranho se passou quando dois policias vão a um sindicato ver o que estão a fazer para a manifestação de desagrado ao primeiro-ministro.
Não sei o que mais detesto.
Se um primeiro ministro incapaz de aceitar criticas e manifestações de desagrado à sua politica ou de ministros funcionários públicos incapazes de tomar decisões que contrariem o patrão.
Estejam atentos a este ministro.
A abertura de inquéritos para saber o que se passou e o posterior arquivamento vai ser a sua imagem de marca.
São assim os empregados que dependem do patrão.

sexta-feira, outubro 12

quinta-feira, outubro 11

as mulheres escrevem bem....



A escritora britânica Doris Lessing ganhou o Prémio Nobel da Literatura. Como não conheço a obra fui à Bulhosa das Amoreiras para comprar os livros que me permitissem conhecê-la.
Eu não conheço a obra mas conheço a escritora, mas empregada que me atendeu não conhecia nem uma nem outra.
Comprei a medo um pequeno livro ( o único disponível ) da Cotovia com o titulo "Gatos e mais gatos" que vou ler.
Digo que comprei a medo porque sempre que há um laureado que não conheço, tenho ido a correr à livraria mais próxima e compro todos os livros do premiado na esperança de ter comprado varias horas de boa leitura.
Raramente passo do segundo e os que sobram intactos aguardam a passagem do alfarrabista cá por casa.
Com uma carreira tão longa eu já deveria conhecer alguma coisa... se não conheço...
Oxalá esteja enganado.

já não há paciência...

para aturar as catalinas deste país. O que fará que estas criaturas estejam sempre dispostas a falar para os mesmos jornais e para os leitores desses jornais, que querem ouvir aquilo que agora diz e o seu contrário.
Que saberá esta mulher que durante tanto tempo na Casa Pia só agora resolveu defender os "seus meninos"
Que interesses a movem para que insista em acusar quem o Tribunal inocenta.
Que interesses têm os jornais em continuar a dar espaço a pessoas como esta?
Que interesses são estes?
Já não há paciência para estes jornais e para personagens destas.

terça-feira, outubro 9

acabei de reler...

Uma obra prima.
A Sonata de Kreutzer na edição da Relógio D`água.
E começa assim
“Aconteceu no início da Primavera. Íamos já no segundo dia de viagem. Entravam e saíam da carruagem passageiros de curta distância, mas havia três que viajavam como eu, desde a estação de partida: uma senhora nada jovem, sem graça, fumadora, cara de cansaço, de chapéuzinho e casaco meio masculino; o acompanhante, um homem loquaz, dos seus quarenta anos, vestindo roupa nova e cuidada; e ainda um senhor de pequena estatura que se mantinha afastado, de gestos impulsivos, nada velho ainda mas com os caracóis do cabelo já grisalhos, sem dúvida prematuramente, e uns olhos muitíssimo brilhantes que corriam velozes de um objecto para outro. Vestia um sobretudo velho mas de boa confecção, com gola de pele de carneiro; na cabeça tinha um gorro alto da mesma pele.”





É aqui que a acção se desenrola, onde, por mero acaso, vários passageiros conversam sobre as motivações do casamento, e sobre o papel do amor nas relações entre homem e mulher, Surgem algumas discussões bastante empolgantes, com posturas radicais e opostas de alguns personagens.

Tolstoi vai buscar o titulo à Sonata para violino e piano nº 9, em lá maior, op. 47 de Beethoven. Música (sobre a qual Tolstoi fala sobre os efeitos que tem sobre o nosso espírito), e que despoleta em Podzdnischeff (um dos personagens do livro) um conjunto de sentimentos que vão desencadear o triste desenlace final.

A não perder sob pretexto nenhum, o livro e a música.

sábado, outubro 6

um dia especial

O teu rosto inclinado pelo vento;
a feroz brancura dos teus dentes;
as mãos, de certo modo, irresponsáveis,
e contudo sombrias, e contudo transparentes;

o triunfo cruel das tuas pernas,
colunas em repouso se anoitece;
o peito raso, claro, feito de água;
a boca sossegada onde apetece

navegar ou cantar, ou simplesmente ser
a cor dum fruto, o peso duma flor;
as palavras mordendo a solidão.
atravessadas de alegria e de terror;

são a grande razão, a única razão.

Eugénio de Andrade

segunda-feira, outubro 1

vou ouvir

no dia mundial da música vou ouvir