segunda-feira, março 31

notícias de jornal

Manuel Pinho nega ter prejudicado a Goldman Sachs por causa das críticas de António Borges enquanto militante do PSD à forma como foi conduzida a mudança da presidência da EDP.O ministro é acusado de ter cancelado os contratos do Governo com este Banco de Investimentos de que António Borges era Vice-Presidente.
Não me custa nada a acreditar que seja verdade, como não me custa a acreditar que se o Governo fosse PSD e o critico do PS que se teria passado exactamente o mesmo.
São cada vez mais as semelhanças.

Pacheco Pereira devia pedir uma licença sabática.
Não se pode aturar, cada vez que puxa da caneta sai asneira.
A sua última crónica do Público, na defesa da Guerra do Iraque, é de chorar de pena.
A continuar assim a sua importância para os leitores vai ser igual à da Laurinda Alves.

Das 115 vagas para médicos em unidades carenciadas só foram preenchidas 10. A maior parte das unidades carenciadas ficam no interior e alguém nos deve explicar porque razão se andou durante tantos anos a impedir que jovens com talento se licenciassem, e que falte médicos no interior do País.

O Governo baixo o Iva de 21% para 20%.
Vai ser bom para as empresas que compram grandes quantidades e para as que vendem, porque para mim vou pagar o mesmo.

O artigo do Francisco Teixeira da Mota sobre a Guerra no Iraque "um erro histórico" foi a melhor coisa que se publicou nos jornais de fim de semana.

O Benfica venceu o P. Ferreira por 4-1. Só não sou testemunha porque adormeci de tédio antes de começar a segunda parte.

domingo, março 23

a teimosia e a guerra

No artigo que Pacheco Pereira escreveu no Publico de ontem, vem reforçar a ideia que sempre defendeu, que a invasão ao Iraque se justificava, e que apesar da condenação da opinião publica Mundial sobre a guerra e os seus motivos,ele continua a achar a invasão e a guerra muito bem.
Os milhares de mortos, as torturas, a ocupação de um País por tropas estrangeiras e a humilhação de um povo, nada disso preocupa Pacheco mesmo que o fundamento da ocupação - as famosas armas de destruição maciça - nunca se tenham encontrado.

Nem os Americanos que estiveram de acordo com a invasão são hoje tão categóricos.

Mas há motivos para me admirar desta atitude ?

Não, não há. É Pacheco igual a si próprio, nunca se engana,e quanto mais é desmentido pelos factos, mais ele os nega, numa atitude de superioridade intelectual própria de quem acha que o seu umbigo é o centro do Mundo.

Detesta ter uma só ideia que seja uma ideia da maioria das pessoas. Se fosse maioritário o apoio à guerra Pacheco defenderia o contrário.

São assim diferentes estes "intelectuais". O que Pacheco Pereira tem para vender são ideias, e ele trata-as como mercadoria. Só tendo mercadoria diferente a pode vender nos jornais e nas televisões, e desdobrar-se em entrevistas, artigos de opinião e em programas. Onde se discute uma ideia lá está o Pacheco.

É mais um especialista em assuntos gerais. Se assim não fosse quem saberia quem é Pacheco Pereira?


sexta-feira, março 21

no dia mundial da poesia



Beijo

Um beijo em lábios é que se demora
e tremem no de abrir-se a dentes línguas
tão penetrantes quanto línguas podem.
Mas beijo é mais. É boca aberta hiante
para de encher-se ao que se mova nela.
E dentes se apertando delicados.
É língua que na boca se agitando
irá de um corpo inteiro descobrir o gosto
e sobretudo o que se oculta em sombras
e nos recantos em cabelos vive.
É beijo tudo o que de lábios seja
quanto de lábios se deseja.

Jorge de Sena

sábado, março 15

que vergonha...




Vergonhosa foi a entrevista dada hoje no expresso por Abel Pinheiro.

Já não me lembrava que havia gente desta.

Que jornalista é aquele que permite que o homem diga o que quer?

A quem terá telefonado para dar a entrevista?

Que pena o Governo de Socrates ter proibido a transmissão das escutas telefónicas.


sexta-feira, março 14

uma questão de peso


A propósito de umas intrigas em família, Manuela Ferreira Leite diz que não se faz a António Capucho o que Ribau Esteves fez. Este agradeceu a colaboração, em jeito de despedida, depois de Capucho ter feito criticas à Direcção de Menezes, ameaçando abandonar o Partido. 

Diz Ferreira Leite que "o partido não pode dar-se ao luxo de dispensar uma pessoa com o estatuto, a história,o peso na sociedade que tem António Capucho.Não pode." Se fosse um militante de base podia à vontade, mas ao Capucho não. É tudo uma questão de estatuto.

segunda-feira, março 10

adiós Camacho


há muitos anos que um treinador do Benfica não me dava motivos para tamanha alegria.

domingo, março 9

é estranho? não é.

É curioso ver as mais variadas reacções, a propósito da manifestações dos professores.

Personalidades tão próximas como Paulo Portas e Pacheco Pereira, estão de acordo com a manifestação, o que é estranho a avaliar pelo seu passado. 

Augusto Santos Silva e Miguel de Sousa Tavares são contra, o que é de admirar, também pelo seu passado.

Parece estranho mas não é, já que no geral todos eles são contra manifestações desde que eles não estejam de acordo com os objectivos dos manifestantes.

Ou melhor, se são partidários do partido que está no poder estão contra, se são dos partidos na oposição são a favor.

O que quer dizer que, são de facto todos, contra o direito a que as pessoas se manifestem.

O direito a manifestar-se é um direito reconhecido universalmente e nem é preciso de invocar a Constituição da Republica para o legitimar. Se concordamos ou não com os motivos são coisas diferentes.

Se os professores acham que aquele diploma não vai de encontro aos seus interesses, claro que se devem manifestar e a adesão em massa quer dizer que uma parte significativa dos professores contesta a política para a educação do governo. 

Mas a política da educação do País não diz respeito só aos professores, diz respeito a todos os cidadãos.

E mesmo que eu não esteja completamente de acordo com os motivos, estou absolutamente de acordo com a manifestação.

Cabe agora ao Governo tirar os respectivos ensinamentos, sendo certo que a legitimidade democrática do governo não pode ser posta em causa por cem mil manifestantes.

Nas próximas eleições serão todos os portugueses, e não só os professores, a dizer o que acharam das políticas do Governo PS.

sexta-feira, março 7

tristeza


estou a ver Avelino Ferreira Torres numa entrevista à Sic Noticias e pergunto que futuro tem um povo que elege várias vezes este homem como presidente de Câmara

terça-feira, março 4

de seda...

Meu Senhor Amado não tenhas medo, não te mexas, fica em silêncio, ninguém nos verá.

Fica assim, quero olhar para ti, olhei-te muito mas não eras para mim, agora és para mim, não te aproximes, por favor, fica como estás, temos uma noite  para nós e eu quero olhar para ti, nunca te vi assim, o teu corpo para mim, a tua pele, fecha os olhos, e acaricia-te, por favor, não abras  os olhos se puderes, e acaricia-te, são tão bonitas as tuas mãos, sonhei com elas tantas vezes, agora quero vê-las, gosto de as ver na tua pele, assim, por favor, continua, não abras os olhos, eu estou aqui, ninguem nos pode ver e eu estou ao pé de ti, acaricia-te meu senhor amado, acaricia o teu sexo, peço-te, devagar, é bonita a tua mão no teu sexo, não pares, eu gosto de olhar para ele e de olhar para ti meu senhor amado, não abras os olhos, ainda não, não tenhas medo, estou perto de ti, sentes-me? Estou aqui, posso aflorar-te, isto é seda, sentes?, é a seda do meu vestido, não abras os olhos e terás a minha pele, terás os meus lábios, quando te tocar pela primeira vez será com os meus lábios, tu não saberás onde, a determinada altura sentirás o calor dos meus lábios, sobre ti, não podes saber onde se não abrires os olhos, não os abras, sentirás a minha boca onde não sabes, de repente, talvez seja nos teus olhos, apoiarei a minha boca nas palpebras e nas pestanas, sentirás o calor entrar na tua cabeça, e os meus lábios nos teus olhos, dentro, ou talvez seja no teu sexo, apoiarei os meus lábios, lá em baixo, e descerrá-los-ei descendo pouco a pouco, deixarei que o teu sexo entreabra a minha boca, entrando entre os meus lábios e empurrando a minha língua, a minha saliva descerá ao longo da tua pele até á tua mão, o meu beijo e a tua mão, um dentro do outro, no teu sexo, até que finalmente te beijarei no coração, porque te quero, morderei a pele que bate no teu coração, porque te quero,e com o coração entre os meus lábios tu serás meu, de verdade, com a minha boca no coração tu serás meu, para sempre, se não acreditas em mim abre os olhos meu senhor amado e olha para mim, sou eu, quem poderá alguma vez apagar este instante que acontece, e este meu corpo sem mais seda, nas tuas mãos que lhe tocam, os teus olhos que olham para ele, os teus dedos no meu sexo, a tua língua nos meus lábios, tu a deslizar debaixo de mim, pegas nas minhas ancas, levantas-me, deixas-me deslizar sobre o teu sexo, devagar, quem poderá apagar isto, tu dentro de mim mexendo-te devagar, as tuas mãos no meu rosto, os dedos na minha boca, o prazer nos teus olhos, a tua voz, mexes-te devagar mas até me magoar, o meu prazer, a minha voz, o meu corpo sobre o teu, as tuas costas a levantarem-me, os teu braços a segurarem-me, os golpes dentro de mim,é violência doce, vejo os teu olhos procurarem nos meus, querem saber até onde me podem magoar, até onde quiseres, meu senhor amado, não há fim, não acabará, vês? Ninguém poderá apagar este instante que acontece, para sempre atirarás a cabeça para trás, gritando, para sempre fecharei os olhos arrancando as lágrimas das minhas pestanas, a minha voz dentro da tua, a tua violência a manter-me agarrada já não há tempo para fugir nem força para resistir, tinha que ser este instante, e este instante é, acredita em mim, meu senhor amado, este instante será, de agora em diante, será, até ao fim.-Não nos voltaremos a ver, Senhor.

-Aquilo que era para nós, fizemo-lo, e vós sabeis. Acreditai em mim: fizemo-lo para sempre. Protegei a vossa vida de mim.

E não hesitai um instante, se for util para vossa felicidade, em esquecer esta mulher que agora vos diz, sem lamentar, adeus.

Carta que a mulher escreve ao marido numa história de amor que não é aquilo que parece.

Seda, inicialmente editado pela Difel, volta agora aos escaparates pela mão da Dom Quixote. Há uns anos atrás quando li o primeiro livro de Barrico "Novecentos" comprei todos seus livros entre os quais este, que não li. Sei agora, que a capa era feia e que não chamava a atenção.
Sei também agora, que durante uns anos não conheci este conto maravilhoso que parece um sonho e que nos envolve como um manto de seda. Leve, leve...

sábado, março 1

sem palavras...


Reparem nesta pergunta que faz parte dos critérios de avaliação dos professores do agrupamento escolar Correia Mateus em Leiria.


"Verbaliza a sua insatisfação/satisfação face a mudanças ocorridas no Sistema Educativo/na Escola através de críticas destrutivas potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares" é um dos indicadores incluídos no critério da "dimensão ética" 


Se fosse em Cuba ninguém se escandalizaria.


Mesmo que a Ministra venha agora dizer que a pergunta será retirada, só o simples facto de alguém se lembrar de a fazer é suficientemente grave.

soneto 101


Ó musa indolente, qual a tua desculpa 

P'ra esqueceres a verdade, tinta de beleza? 

Do meu amor dependo a, beleza e a verdade, 

Assim também tu, e nelas te dignificas. 

Responde, musa, tu não dirás porventura, 

Que à verdade não queiram dar cor, tem cor próprias ?

E à beleza não há pincel que dê cor pura ? 

o melhor não será, melhor sem ter misturas? 

Por não carecer de louvor, tu emudeces? 

Não desculpeis o silêncio, pois está em ti 

Fazer que sobreviva ao túmulo doirado 

E receba louvores nos anos vindouros. 

Faz o teu oficio, musa, que hei-de ensinar-te .

A mostrá-lo à distância como ele é agora. 


Shakespeare