os comentadores e o público

das poucas coisa boas, que hoje o jornal público tem, são os seus comentadores.Nem todos é certo, mas há uma boa parte que quase resgatam o jornal da mediocridade onde se instalou.
É o caso de Rui Tavares, Francisco Teixeira da Mota, Santana Castilho, José Vítor Malheiros e São José Almeida, e mesmo não se estando sempre de acordo com o que escrevem, não se deixa de gostar da coragem com que abordam os temas da actualidade social.
O contraponto, que para o público representa o equilíbrio e pluralidade das varias sensibilidades e tendência da opinião na sociedade portuguesa, são estas personagens.
Vasco Polido Valente, José Manuel Fernandes, Pacheco Pereira, João Carlos Espada e Pedro Lomba.
Se fosse a jogar futebol a primeira equipa ganhava por 15 a 0

as vespas

Na tomada de posse do actual governo, a imagem de marca era Mota Soares, ministro da solidariedade e segurança social (retenham o nome do ministério). Vários jornais se referiram ao jovem ministro do CDS com fotografias mostrando-o a ir de Vespa para o Ministério e rasgaram-se os mais variados elogios às suas preocupações ambientais, à sua simplicidade e á necessidade  de fugir ao transito caótico da cidade, etc.etc.
Pois bem o nosso motoqueiro deixou cair a mascara e vai passar a andar de carro, um Audi A7 no valor de 86.000€.
Acabaram-se aqui as questões filosóficas acerca das preocupações do ministro que como sabemos são outras bem menos nobres.
E porque haveria que ser diferente?

para o xadrez de vieira da silva

Ricardo Campos Cunha que está a ser julgado por desvio de dinheiro e bens públicos, disse em Tribunal que Aragão  Seia,- ex Presidente do STJ- lhe pediu que comprasse um Vieira da Silva para por no seu Gabinete - que chique - E que utilizou o seguinte expediente com o conhecimento de todos os membros do STJ.
Comprou o quadro por 80 mil euros, pagou 40 mil,e combinou pagar os restante 40 mil euros com faturas falsas e assim esconder o verdadeiro valor do quadro.
Como se vê tudo gente séria.
Ora se  Supremo Tribunal de Justiça tem estas praticas, como podem os Tribunais condenar os acusados de fraude e de evasão fiscal.
Querem apostar que vão condenar uma só pessoa e ilibar todos os outros.
Ninguem acredita que isto fosse obra de um homem só.
Deve ser a compras destas que se referem aqueles, que dizem, que andamos a viver acima das nossas possibilidades.
Esta noticia vem na pág.12 do Publico de hoje e a mesma noticia, isto é, o mesmo texto vem na edição on line do DN.
Estranho não é?

da tragédia à farsa

Falava eu em poste anterior que os Gregos iriam ser chamados em referendo a pronunciar-se sobre o plano contra a crise
Era o que faltava o povo ser chamado a pronunciar-se sobre assuntos que lhe dizem respeito, nem os mercados nem os seus representantes o permitiram, e logo puseram os dirigentes gregos na ordem.
Não só não há referendo como vai haver novo primeiro ministro que não ponha em causa os fabulosos lucros do tal mercado sobre a divida grega
O que era uma tragédia passou a farsa

o simplório

os militantes  merecem,  mas os socialistas não, o Secretario Geral que o PS tem. Não há memoria no PS de homem mais vulgar, mais simplório, mais pífio.
Se querem ouvir lugares comuns, banalidades, falem com Seguro.O homem é um repositório de tudo o que se diz na comunicação social. mas para pior.
Ainda gostava que um dia lhe perguntassem o que entende por socialismo democrático.
Verão que este personagem vai ser a pior herança de Sócrates.

obama

Do credito de confiança que Obama gozou, até pouco tempo depois de ser eleito, já pouco resta. A ultima decisão que tomou no conflito entre Israel e a Palestina demonstra bem o estado de desespero a que chegou.
Obama decidiu suspender a dotação dos EUA para a UNESCO porque - reparem bem - a UNESCO admitiu o Palestina como membro. Ora  se a missão da UNESCO é "promover  a expansão e a melhoria da qualidade da educação" torna-se ainda mais difícil perceber o alcance da chantagem.
A vontade da reeleição não justifica tudo.

os gregos

O governo grego decidiu ouvir o povo através de referendo,sobre o plano contra a crise que foi aprovado na cimeira de lideres  da zona euro em finais do mês de Outubro, e que passa por um novo empréstimo de 100.000 Milhões de Euros e o perdão da divida do mesmo montante.
Quer dizer o endividamento da Grécia mantém-se só aumenta os novos sacrifícios pedidos ao povo grego para viabilizar o plano.
Farto de pedir sacrifícios ao povo Papandreou achou que assim limpa a face.
Se for aprovado sempre pode dizer que foi o Povo que quis, se o Povo disser que "não" a responsabilidade é do Povo.
São assim os oportunistas. Sempre poderia ter feito o referendo no inicio da crise grega e não agora.
Mas o mais curioso são as reacções dos lideres europeus e da imprensa em geral, contra a decisão do governo grego de ouvir a opinião do povo, a principal vitima do plano. Com medo que o Povo diga "não" e com isso deixe de pagar a divida, onde são credores os principais bancos, dos principais países europeus, e com consequências dificeis de imaginar, o que os lideres europeus não querem ouvir falar é de democracia. A democracia só serve para invocar o legitimidade dos Governos eleitos para cobrar impostos e entrega-los aos agiotas mundiais.
São assim os nossos "lideres" europeus.