sexta-feira, setembro 28
Acabei de ler
"Contos de Dorothy Parker" na edição da Relógio D`água.
Dorothy Parker (1893-1967) nasceu em New Jersey foi a única mulher que fazia parte do circulo literário que se juntava no Algonquin Hotel, onde intelectuais como Robert Benchley, James Thurber e George Kaufman, se reuniam para discutir literatura e aguardar a saída dos jornais e revistas onde os seus textos seriam publicados.
Estes encontros davam-se a portas fechadas onde em plena lei seca se consumia grandes quantidades de álcool, muitas vezes de origem duvidosa.
Escreveu contos, poemas, e criticas, em revistas como as The New Yorker, Esquire, Vanity Fair e era conhecida pelo seu fino humor e pela sua truculência.
A tristeza esteve sempre presente na sua vida, perdeu a mãe aos quatro anos de idade e seu único irmão morreu no naufrágio do Titanic em 1912, e no ano anterior tinha perdido o pai, o que fez com que se tornasse um ícone do sarcasmo, da astúcia, e do cinismo.
Os contos da Relógio reflectem o carácter desta mulher, bem escritos, tristes quase todos, elegantes, são uma boa escolha para o Outono.
Conta-se que quando lhe disseram que uma sua rival, Clare Boothe Luce, era muito gentil "com os seus inferiores"respondeu “E onde é que ela os encontra”?.
“Essa mulher fala 18 línguas e não sabe dizer não em nenhuma delas” (comentário sobre uma mulher inteligente e liberal nos costumes, que seus amigos elogiavam).
Nem a velhice, nem o alcoolismo, nem a solidão depois de vários amores destroçados, nem as várias tentativas de homicídio lhe retiraram o humor, poucos dias antes de morrer aos 74 anos pediu que lhe escrevessem o seguinte epitáfio:
“Desculpem a poeira!...”
Por mim está desculpada
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