sábado, setembro 29

chove...


no meu coração
Como chove na minha cidade.
Por quê esta lassitude
Me invade o coração?

Verlaine

era....

o que eu dizia.
Depois de ter ganho as eleições para presidente do partido, Menezes logo na primeira intervenção, veio dizer que quer a colaboração de um homem, de quem disse há 48 horas "não ter nem estatura moral nem ética".
Pelo que se vê nos últimos tempos Menezes é o homem certo para dirigir este PSD.
Ficamos todos a ganhar.
É que acaba mais depressa.

sexta-feira, setembro 28

Acabei de ler


"Contos de Dorothy Parker" na edição da Relógio D`água.

Dorothy Parker (1893-1967) nasceu em New Jersey foi a única mulher que fazia parte do circulo literário que se juntava no Algonquin Hotel, onde intelectuais como Robert Benchley, James Thurber e George Kaufman, se reuniam para discutir literatura e aguardar a saída dos jornais e revistas onde os seus textos seriam publicados.
Estes encontros davam-se a portas fechadas onde em plena lei seca se consumia grandes quantidades de álcool, muitas vezes de origem duvidosa.
Escreveu contos, poemas, e criticas, em revistas como as The New Yorker, Esquire, Vanity Fair e era conhecida pelo seu fino humor e pela sua truculência.
A tristeza esteve sempre presente na sua vida, perdeu a mãe aos quatro anos de idade e seu único irmão morreu no naufrágio do Titanic em 1912, e no ano anterior tinha perdido o pai, o que fez com que se tornasse um ícone do sarcasmo, da astúcia, e do cinismo.

Os contos da Relógio reflectem o carácter desta mulher, bem escritos, tristes quase todos, elegantes, são uma boa escolha para o Outono.

Conta-se que quando lhe disseram que uma sua rival, Clare Boothe Luce, era muito gentil "com os seus inferiores"respondeu “E onde é que ela os encontra”?.

Essa mulher fala 18 línguas e não sabe dizer não em nenhuma delas” (comentário sobre uma mulher inteligente e liberal nos costumes, que seus amigos elogiavam).

Nem a velhice, nem o alcoolismo, nem a solidão depois de vários amores destroçados, nem as várias tentativas de homicídio lhe retiraram o humor, poucos dias antes de morrer aos 74 anos pediu que lhe escrevessem o seguinte epitáfio:

“Desculpem a poeira!...”

Por mim está desculpada

que bom ser ex-ministro.... ou continuaçao do post anterior


"Por causa de um inenarrável contrato assinado em 1994, a Lusoponte tem o exclusivo rodoviário na travessia do Tejo a jusante da ponte de Vila Franca de Xira. Quem negociou tão original contrato? O ministro das Obras Públicas, Engº. Joaquim Martins Ferreira do Amaral. E por causa desta exclusividade, a Lusoponte poderá vir a receber uma compensação por causa da construção da terceira ponte sobre o Tejo. Quem é que está contente? O presidente do Conselho de Administração da Lusoponte, Engº. Joaquim Martins Ferreira do Amaral."
(apanhado pelo Arrastão)

quinta-feira, setembro 27

o sorriso



Creio que foi o sorriso,
0 sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.

Eugênio de Andrade

quarta-feira, setembro 26

o espectáculo

que nos é dado pelos dois candidatos à liderança do PSD, ajuda-nos a perceber o que se passa no interior dos Partidos. Falam um do outro como se fossem pessoas sem carácter,e devem saber do que falam já que se conhecem há muito tempo; ofendem-se mutuamente e contam os apoios que cada um tem. Os mais prudentes só agora decidiram quem apoiam em função das probabilidades que cada um tem de ganhar. Depois de tudo isto passar, e do candidato vencedor dividir os lugares com o vencido (chamam ser "sensível às tendências") aí os vamos encontrar como se nada tivesse acontecido Como se Filipe Menezes não tivesse chamado a Marques Mendes "pequeno tirano" "sem estatura política e ética"e os seus apoiantes "aldrabão e vigarista". O outro mais esperto prefere nada dizer mas é perceptível o ódio que nutre pelo seu opositor.

O pior é que seja quem for o vencedor, pode vir a ser primeiro ministro e os que hoje os difamam são os primeiros a votar neles, e outros em virtude do apoio, ministros.

Corremos o risco de ser Governados por gente desta.

sexta-feira, setembro 21

O que não se percebe......


é que Mourinho tenha acordado em não treinar em Inglaterra durante um ano. Custa a aceitar que depois de tanta arrogância quer com os jornalistas quer com os seus colegas treinadores Mourinho não tenha conseguido resistir à chantagem. Provavelmente aceitou esta imposição pensando mais nele do que no Chelsea.
O que é verdade é que as coisas não lhe estavam a correr bem, a equipa que continua a ser a mais cara de sempre não justifica no campo a qualidade de jogo de tão elevado investimento.
Quem gosta de futebol não gosta do jogo do Chelsea.
Nunca li na nossa comunicação social uma critica ao jogo do Chelsea. Os nossos jornalista curvam-se perante tão arrogante criatura. E é por isso que os nossos jornais perante o despedimento preferem salientar a grossa quantia que lhe vão pagar.
Como quem diz: "É de facto o maior, até na despedida" quanto aos motivos nem uma palavra.

segunda-feira, setembro 17

por acaso.....


Aposto em como nos locais por onde Socrates vai correr em Washington, estarão por acaso uma série de jornalistas e vários fotógrafos, e que por acaso o homem vai estar a sorrir nesse momento.

ainda scolari




Hoje, temos o País dividido entre quem desculpa Scolari, e quem entende que deve ser demitido em razão do exemplo que devia dar e não deu.

Dizem, os primeiros, que já pediu desculpa e que se deve ter em conta o que fez por Portugal.
Entre os seus defensores estão quase todos os chamados "homens do futebol". Porque será?

Vejamos o comportamento do Seleccionador Nacional

Depois de ter tentado agredir um jogador adversário Scolari diz:
«Mostrem lá as imagens o que mostrarem, o certo é que eu não fiz nada»

Nas declarações subsequentes reafirma que nada fez e que só quis defender o "minino"

O que parece certo é que se as imagens não fossem tão categóricas Scolari negava o que a televisão confirma.

O que define as pessoas não é saber se cometem ou não erros, é saber se depois de os cometerem são capazes de os reconhecer.
E Scolari não foi capaz.
Por isto e só por isto, não pode dirigir homens que representam uma selecção nacional.

Nunca vi tamanha arrogância.

Para os seus defensores basta que tenha pedido desculpa, não se sabe bem de quê, já que não fez nada.

Mesmo o seu pedido desculpa é feito sem humildade. "se eu errei" .

Mas não cabe este comportamento no perfil deste Treinador? Claro que cabe. Basta ver o seu curriculum para não ficarmos admirados, assim como o seu comportamento sempre que os jornalistas lhe fazem perguntas que o homem não gosta.

Nunca o vi falar de futebol. Porque será?
E já agora, porque será que os jornalistas nunca lhe fazem perguntas sobre futebol?

Dos Madaís da nossa praça tambem não há muito a esperar. Um miúdo de 19 anos é suspenso ( e bem) um ano, por ter retirado um cartão da mão de um arbitro, à UEFA pede-se que o Seleccionador Nacional seja somente advertido pelo seu comportamento.

Estão bem uns para os outros.
O que definitivamento não percebo, é porque se defende um homem sem honra.

quarta-feira, setembro 12

vale mais uma boa imagem que....



Para o inicio do ano lectivo não faltou nada: Nem padre nem placa nem ministro.
Hoje como no passado.
O que é uma grave violação constitucional, da laicidade do estado e da liberdade religiosa, não perturba o primeiro ministro que a benzer-se, parece pensar que assim lhe vão ser perdoados os pecados.
Esperemos, que a seguir, vão os crucifixos para as camas do hospital.

quarta-feira, setembro 5

ja se esperava

dos jornais

"O DIAP de Lisboa decidiu não avançar para já com uma investigação a um eventual favorecimento a uma empresa de obras públicas pelo antigo governo de Durão Barroso em troca de um financiamento ilegal ao PSD."

terça-feira, setembro 4

aqui está um bom texto retirado do "Jumento"

"Se as nossas “elites” tivessem feito um pacto de silêncio em torno do Caso Somague os resultados seriam exactamente aqueles a que estamos a assistir, parece que meio país está apostado em que o caso seja esquecido. A “onorata società” portuguesa foge do tema como o diabo da cruz, quase todos evitam falar no assunto como se de sarna se tratasse.

Por cá ninguém fala, no PS, principal adversário político devem ter deixado de ler jornais, os outros partidos ficaram mudos, até o Miguel Portas diz no Parlamento Europeu que não há nada de suspeito, os chamados “senadores”, como Jorge Coelho e Dias Loureiro, ainda devem estar nalguma cave de Cancun à espera que o “furacão” passe, Saldanha Sanches, o campeão televisivo do combate à corrupção e da fuga ao fisco, não se pronuncia, os analistas políticos devem estar de barriga ao sol e o Marcelo optou por reflectir sobre a sua campanha presidencial para daqui a nove anos.

É evidente que ninguém se mete nem com a Somague nem com os amigos do Compromisso Portugal, o preço a pagar por tal pode ser muito alto. Todos juntos representam uma boa quota do mercado de que vivem os que manipulam a opinião pública portuguesa, o mercado da publicidade e o mercado dos pareceres inúteis. Uma intervenção inconveniente pode custar uma campanha publicitária ou um parecer que daria para pagar o Smart para a filha mais velha.

Se estivesse em causa umas notas entregues num saco de plástico por um pato bravo da construção civil não faltariam filas de comentadores às portas dos estúdios das televisões, primeiras páginas com entrevistas às amantes do pato bravo e intervenções dos nossos distintos comentadores. Mas o presidente da Somague não é nenhum pato bravo, a teia de relações em que se movimenta representa uma elevada percentagem do PIB, como diria um qualquer assessor de Sócrates.

Atingir a Somague seria atingir um deles, seria atingir uma rede de interesses que controlam uma boa parte do nosso país, da comunicação social ao sistema político. As “somagues” não pagam apenas a políticos, delas vivem muitos dos nossos académicos, jornalistas, jurisconsultos, consultores, “senadores” e comentadores. Com o seu dinheiro já foram eleitos autarcas, presidentes e primeiro-ministros.

A verdade é que este silêncio não é casual, as nossas elites vivem das mesmas gorjetas que alimentam os partidos, ninguém está interessado em que se fale do assunto, estamos perante uma omertà à portuguesa."

segunda-feira, setembro 3

salada de frutas



E, à volta da estreita loja, os frutos amontoavam-se.
Atrás, ao longo das prateleiras, estendiam-se
filas de melões, cantalupos listados de verrugas,
leguminosas de guipuras cinzentas, os múrices
purpúreos com as suas bossas nuas.
Em exposição, os belos frutos, delicadamente
dispostos em cestos, tinham formas redondas
de bochechas que se escondem, rostos de bonitas
crianças parcialmente entrevistos sob uma cortina de folhas;
sobretudo os pêssegos, os Montreuil rubros,
de pele fina e clara como as raparigas do Norte,
e os pêssegos do Sul, amarelos e tostados,
como as raparigas rosadas da Provença.
Os damascos adquiriam sobre o musgo tons de âmbar,
esses calores de pôr-do-sol que aquecem a nuca das morenas,
onde os cabelos se encaracolam.
As cerejas, dispostas uma a uma, lembravam os lábios demasiado
finos de uma Chinesa sorrindo.
As Montmorency, os lábios rechonchudos
de uma mulher gorda; as Inglesas, mais alongadas
e mais sérias; as ginjas-garrafal, polpa comum, negra,
tocada de beijos; as cerejas-garrafal,
manchadas de branco e rosa, com o riso
ao mesmo tempo alegre e zangado.
As maçãs e as pêras empilhavam-se
com regularidades de arquitectura, formando pirâmides,
mostrando rubores de seios nascentes,
ombros e ancas dourados, toda uma nudez discreta,
no meio das hastes de feto; eram de peles diferentes,
as maçãs camoesas no parreiral, as esperiegas amolecidas,
as maçãs camoesas de vestido branco, as reinetas-do-canadá
sanguíneas, as castanhas rosadas,
as reinetas louras, salpicadas de ruivo; depois,
as variedades de pêras, a pêra branca, a inglesa,
as pêras-manteiga, as "messire-jean", as duquesas,
atarracadas, alongadas, com pescoços de cisne
ou ombros apoplécticos, as barrigas amarelas e verdes,
realçadas por uma ponta de carmim.
Ao lado, as ameixas transparentes mostravam
doçuras eloráticas de virgem; as rainhas-cláudia,
as ameixas do senhor, empalidecidas por uma
flor de inocência; as mirabelas desfiavam como
as pérolas de ouro de um rosário,
esquecido numa caixa de paus de baunilha.
E os morangos, exalavam também eles um
fresco perfume, um perfume de juventude,
principalmente os pequenos, os que se colhem
nos bosques, mais ainda do que os grandes morangos
de jardim, que cheiram a insipidez dos regadores.
As framboesas acrescentavam um aroma a este odor puro.
As groselhas, os cássis, as avelãs, riam com ares sagazes;
enquanto cestos de uvas, pesados cachos
carregados de embriaguez, desfaleciam à volta do vime,
deixando pender os seus bagos queimados pelas
volúpias demasiado quentes do sol.

Le Ventre de Paris
ZOLA

sábado, setembro 1

nos últimos meses

poucas noticias preocuparam tanto os nossos jornalistas como a crise de liderança do BCP.
Tenho assistido com curiosidade ao desenlace que se teria que dar. Até o Prof. Marcelo (especialista de assuntos gerais) se achou na obrigação de dizer alguma coisa. Porque será que apesar desta guerra me parece que nada vai mudar na relação do Banco com os seus clientes.