terça-feira, outubro 9

acabei de reler...

Uma obra prima.
A Sonata de Kreutzer na edição da Relógio D`água.
E começa assim
“Aconteceu no início da Primavera. Íamos já no segundo dia de viagem. Entravam e saíam da carruagem passageiros de curta distância, mas havia três que viajavam como eu, desde a estação de partida: uma senhora nada jovem, sem graça, fumadora, cara de cansaço, de chapéuzinho e casaco meio masculino; o acompanhante, um homem loquaz, dos seus quarenta anos, vestindo roupa nova e cuidada; e ainda um senhor de pequena estatura que se mantinha afastado, de gestos impulsivos, nada velho ainda mas com os caracóis do cabelo já grisalhos, sem dúvida prematuramente, e uns olhos muitíssimo brilhantes que corriam velozes de um objecto para outro. Vestia um sobretudo velho mas de boa confecção, com gola de pele de carneiro; na cabeça tinha um gorro alto da mesma pele.”





É aqui que a acção se desenrola, onde, por mero acaso, vários passageiros conversam sobre as motivações do casamento, e sobre o papel do amor nas relações entre homem e mulher, Surgem algumas discussões bastante empolgantes, com posturas radicais e opostas de alguns personagens.

Tolstoi vai buscar o titulo à Sonata para violino e piano nº 9, em lá maior, op. 47 de Beethoven. Música (sobre a qual Tolstoi fala sobre os efeitos que tem sobre o nosso espírito), e que despoleta em Podzdnischeff (um dos personagens do livro) um conjunto de sentimentos que vão desencadear o triste desenlace final.

A não perder sob pretexto nenhum, o livro e a música.

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