quinta-feira, fevereiro 9

a crise em cartão de crédito

Em Dezembro de 2010 em pleno consulado de José Sócrates, e depois de ter retirado 20% do subsidio de rendas de casa e o anúncio de redução de salários aos Juízes, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses interpôs uma acção no Tribunal Administrativo de Lisboa para que o Tribunal condenasse os Ministérios a facultar aquela Associação os documentos  que mostrassem quanto é que cada um dos Ministérios tinha gasto em despesas de representação, (cartões de crédito rendas de casa refeições etc) e assim saberem se as restrições que o Governo procurava impor aos juízes eram as mesmas que se impunham a si próprios.
Depois de muito andar (14 meses) e de argumentos jurídicos para cá e para lá, vem agora o Supremo Tribunal Administrativo dar razão à Associação ordenando que lhe fossem facultados os documentos solicitados e que os Ministérios sempre lhe negaram.
Dizem os Ministérios agora  que já não tem os documentos que serviram de base ás despesas pelo que pelo andar da carruagem vão ficar os Juízes sem saber onde foram gastas as verbas.
Não me admiro, mas não deixa de ser estranho que este Governo que é tão lesto a atribuir todos os males da nossa economia ao Governo do PS, seja ele mesmo que procure esconder onde os Ministérios de Sócrates gastavam o dinheiro.
Mas a razão é simples.
No governo como nas empresas é atribuído um plafond aos quadros de topo para despesas pessoais desde que essas despesas sejam justificáveis no âmbito da sua actividade.E assim imperceptíveis nas contas das empresas, tais como facturas de almoços, de livros  e viagens particulares.
E é por este motivo que de vez em quando, lá vem uma notícia a dizer que o Banco de Portugal gastou dinheiro num carro de Golfe ou que  Graça Moura comprou fatos e jóias com dinheiro destinado à musica ou que  uma empresa do Américo Amorim comprou pensos higiénicos. Isto é, só são notadas as compras que  extravasem  compras normais da actividade.
Notadas não são as despesas de viagens que por acaso coincidem com os dias de ferias, nem almoços em fins de semana, nem as massagens, nem acompanhantes que vêm na factura do hotel sem discriminação dos serviços.
Tenho conhecimento de valores em cartão de 50.000€, por ano.  Esta pratica que é normal nas grandes empresas funciona como complemento de ordenado com vantagens evidentes para ambos os lados menos para o fisco.
Não é assim de estranhar, que este governo não venho rápido mostrar onde os malandros dos ministros socialistas gastaram o dinheiro, porque iria levantar uma caixa de pandora que poria a nu a demagogia das dificuldades para todos.
Quem é que acredita que haja despesas não documentadas?
E se os Ministérios insistirem em não facultar os documentos sempre pode a Associação pedir que os  Tribunais intimem a Unicre a mostrar e extracto de cada um dos cartões atribuídos em cada um dos Ministérios.
Seria um terramoto. E um Tsunami se se pudesse saber os plafonds dos gabinetes dos  Ministros do actual Governo.

Sem comentários: