Disse em 22 de Novembro de 2005 o Primeiro-Ministro na sessão de encerramento da Apresentação Pública do Novo Aeroporto «Lisboa 2017: Um aeroporto com futuro”
“Mas, a verdade, é que de todas essas localizações a melhor, aquela que melhor serve os interesses do País é a da Ota.”
Em 27 de Maio de 2007 disse Mário Lino Ministro das Obras Públicas «O que eu acho faraónico é fazer o aeroporto na Margem Sul, onde não há gente, onde não há escolas, onde não há hospitais, onde não há cidades, nem indústria, comércio, hotéis e onde há questões da maior relevância que é necessário preservar.»
No entender de Mário Lino, o novo aeroporto devia ser na Ota porque «corresponde à estratégia de desenvolvimento que o Governo entende que deve ser seguida, onde está 40 por cento da população, onde estão as vilas, aldeias, indústrias e comércio, hotéis e turismo». Disse ainda o ministro que já tinham sido abertas propostas de três consórcios internacionais de projectos de arquitectura.
Parecia que nada impedia que se fizesse um aeroporto em que poucos percebiam as vantagens.
A polémica foi tanta, que depois de vários estudos apresentados pelos Lobis dos interesses aos dois locais possíveis, Ota e Alcochete, o Governo manda o LNEC fazer um estudo. E o LNEC estuda e diz que Alcochete é a melhor localização, e diz também que é do ponto de vista técnico e financeiro é globalmente mais favorável do que a Ota.
Hoje Primeiro Ministro anuncia ao País que o novo aeroporto vai ser em Alcochete.
Dois aspectos essenciais a reter.
1º Estava tudo em condições para se fazer um aeroporto de 5,1 Mil Milhões de euros que se sabe agora não servia os interesses do País.
2º O mesmo Governo que ia fazer um aeroporto onde não fazia falta teve coragem (apesar de pressionado) de emendar a mão e voltar atrás com uma decisão que já estava tomada.
Faltam agora quatro coisas.
A demissão do Ministro das Obras Públicas (nada nos garante que em futuras obras a leviandade não seja a mesma)
Que o Governo no futuro ponha à discussão Publica obras importantes para que não se cometam erros destes.
Que sejam divulgados os custos dos seis estudos e relatórios de análise que foram realizados por consultores internacionais, a quem o Governo pediu, nestes últimos cinco meses para, olhando para os estudos realizados, poderem confirmar as conclusões que Ota era a melhor solução.
Saber se foi negociado com a Lusoponte o valor a pagar por se ter que fazer uma nova ponte sobre o Tejo.
Ah, e a partir de hoje vamos assistir aquele Carnaval interessantíssimo que é ver os mesmos personagens que defendiam a Ota passarem a defender Alcochete com os mesmos argumentos e com a mesma convicção.
É sempre a parte mais engraçada, quando nos querem fazer passar por tolos.
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