de Aleksandr Ostróvski está em cena na Cornucópia até 17 de Fevereiro.
Trata-se de uma sátira aos costumes na melhor tradição do Teatro Russo.
A proprietária, Raissa Pálovna - numa soberba interpretação de Márcia Breia - viúva muito rica e que se faz passar por virtuosa, sem o ser, dirige com mão de ferro a sua herdade e quem nela vive, os seus criados e protegidos, não os deixando ser felizes.
Na sua casa todos a veneram e todos a temem com medo de perder o pouco que lhes dá.
São dois actores ambulantes pobres – um dos quais um sobrinho há muito ausente - que um dia chegam à herdade de Gurmíjskaia, e destroem o equilibrio que a viúva criara à sua volta.
É possivel ou não ser feliz sem dinheiro? é possível ou não os escravos serem livres?
A comédia tem arquétipos de todo o tipo, não falta a avarenta, o pato bravo, a velha criada submissa, e o amante.
De Aleksandr Ostróvski grande dramaturgo está para o Teatro Russo como Moliére para o Francês e Shakespeare para o Inglês. Para se saber quem era, basta ler como via o seu trabalho.
“O dramaturgo não deve inventar o que aconteceu, tem de escrever como se isso acontecesse ou pudesse acontecer; é nisso que consiste o seu trabalho; se concentrar a sua atenção neste aspecto, vão aparecer na sua peça pessoas vivas, vão falar”
É talvez por isso que a peça apesar das três horas de duração consegue manter sempre dialogos vivos de encontros e desencontros.
Bom trabalho da Cornucópia com encenação Luis Miguel Cintra e cenografia de Cristina Reis e obrigatório para quem gosta de bom Teatro.
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