no Tribunal Regional de Munique começou o julgamento de
dois ex-quadros da Man Ferrostaal acusados de pagarem luvas de
cerca de 62 milhões de euros, a emissários gregos, e também ao
ex-cônsul de Portugal em
Munique para que Lisboa e Atenas lhes decidissem
comprar submarinos em concurso.
Por cá nada se passa.
Vamos assistir à condenação de dois quadros que
pagaram 62 milhões de euros para venderem submarinos e
venderam, e ninguém vai ser acusado de os ter
recebido. Pelo menos em Portugal.
Por aqui confunde-se as duas coisas.
A corrupção resultante do contrato de compra dos submarinos,
que é a que me interessa agora aqui tratar, e a resultante do regime das
contrapartidas, em que a empresa vencedora do concurso se comprometia a
proporcionar uma mais-valia para a economia portuguesa de 1,2 mil milhões de
euros. E o que a justiça portuguesa conseguiu apurar foi que 3
alemães ligados ao consórcio vencedor do concurso, e sete portugueses apresentaram
investimentos pré-existentes como se fossem resultado das contrapartidas a que
o consórcio ficou obrigado após vencer o concurso. São assim acusados de burla qualificada e falsificação
de documento.
A estratégia era
inteligente, comprava-se submarinos (832,9 milhões de euros) em concurso à empresa que
apresentava das propostas mais caras com o fundamento que as contrapartidas
seriam maiores e depois a empresa vencedora não dava as contrapartidas
Quem terá sido o autor desta estratégia?
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