terça-feira, fevereiro 14

baltasar

a condenação de Baltazar Garzon, suspenso por 11 anos do exercício da magistratura, que acaba com a sua brilhante carreira é surpreendente ...ou talvez não.
Baltazar foi condenado por ter autorizado escutas entre os advogados e uns suspeitos, num dos casos mais mediáticos de corrupção em Espanha em que estão envolvidos altos quadros do partido popular, agora no Governo.
Estas escutas não só foram validades pelo Ministério Publico, como confirmadas pelo juiz que lhe sucedeu.
Claro que esta é matéria delicada.
Invoca Baltazar que ordenou as escutas porque estava convencido que os advogados faziam parte do grupo de criminosos e enquanto seus advogados continuavam a branquear capitais.
Ora se assim é, fez bem em ordenar as escutas, não aos advogados dos arguidos, mas a cúmplices.
Se assim não é, faria bem em ser condenado por violar um principio fundamental, que é o direito à defesa.
Mas só saberemos se ele ouviu cúmplices ou advogados depois do julgamento, que ainda não teve lugar. 
Era assim mais claro que o seu julgamento só tivesse lugar depois de se julgar os suspeitos do  caso Gurtel.
E se em julgamento se vier a confirmar que de facto os advogados eram cúmplices do crime?
A não ser assim fica a saber-se que a melhor forma de ser criminoso é ser advogado.Pelo menos não podem ser escutados.
Esta condenação  não terá nada a ver com o brilhante passado deste Juiz?
e um sério aviso aqueles que enfrentam os poderes existentes?

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