terça-feira, março 20

empresários de sucesso?

não é preciso recuar muitos meses para nos lembrarmos das entrevistas que dois empresários portugueses  - Paulo Maló e Carlos Saraiva,- davam nos principais meios de comunicação social. Desde as televisões aos diários, até a jornais regionais, eram figuras de 1º pagina como sendo dois empresários de muito sucesso, que  vindos do nada lá conseguiram à custa de "muito trabalho" tornarem-se muito ricos e serem um exemplo para o empreendorismo que caracteriza os portugueses.
Um deles até tinha uma coluna numa revista semanal a explicar como é que se deveria gerir de forma competente e rigorosa. Era "dono" de uma empresa que era a maior clínica do Mundo de implantologia com consultórios em Luanda, Casablanca, Londres, Macau ,Madrid, Shangai, Tóquio, Varsóvia, Telavive, New Gersey e S. Paulo, e com vontade segundo ele de continuar a expandir-se para outros Países e outros continentes.
Era o novo descobridor que a comunicação social tanto gosta de bajular (adoram milionários)
Porém, o homem esta na falência nunca foi rico como se dizia, e vai ter que fechar todos os consultórios menos o de Lisboa para pagar os juros da monstruosa divida que tem, e vai ter que vender os outros negócios que  um "empresário de sucesso tem que ter" -  vinhos cavalos -  e não vai poder pagar as dezenas de trabalhadores que enganou.
Carlos Saraiva outra vedeta da comunicação social. Basta procurar para se saber que pretendia abrir mais hotéis dos que os 11 que já tinha. Não olhava a meios para atingir os fins mesmo que tivesse que emprestar um avião para que Filipe Menezes fosse aos Açores, a arrogância era tanta que dizia que preferia pagar multas do que esperar por autorizações Camarárias. Raras eram as obras que não fossem embargadas e de repente.... não há dinheiro para pagar aos trabalhadores, que se manifestam contra os salários em atraso e há conhecimento de uma divida monstruosa que fica parcialmente resolvida com um acordo com a Banca que lhe fica com uma serie de hotéis que não tem capacidade para pagar. Fecha varias empresas, refugia-se temporariamente no Brasil e desaparece da comunicação social.
Entre as noticias, com entrevista, de novos investimentos e o desastre decorreram  apenas 3 meses.
Estes dois exemplos permitem fazer duas perguntas
Como pode a Banca ficar surpreendida com os níveis de endividamento destes empresários,  com os mecanismos de controlo, que existem do Banco de Portugal .
Como pode a imprensa elevar esta gente a empresários e dar-lhes colunas para nos ensinar como é.

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